Desafios nas áreas de fronteira: O que as filas nos Portos Secos revelam sobre nossa logística internacional no mercosul

Autor:
Time de Redação
17/5/2025
Transporte internacional

A formação de longas filas nos portos secos das fronteiras brasileiras representa um dos maiores desafios operacionais para empresas que atuam no transporte internacional de cargas. Nossa jornada desde 2003 no mercado de logística internacional do Mercosul nos permite observar que, apesar da evolução tecnológica e dos esforços institucionais, este continua sendo um gargalo que impacta diretamente a eficiência das operações nas fronteiras e a competitividade das empresas brasileiras no comércio exterior.

Gargalos operacionais: A realidade dos Portos Secos Brasileiros

Nas últimas semanas, o Porto Seco de Uruguaiana, principal ponto de conexão logística entre o Brasil, Argentina e Chile, operou novamente no limite de sua capacidade. É importante destacar que esse porto seco não apenas recebe importações, mas também processa um volume ainda maior de exportações brasileiras destinadas a esses países. Segundo dados oficiais do Ministério dos Transportes divulgados em 2023, as exportações brasileiras destinadas à Argentina e Chile via ponte de Uruguaiana totalizaram US$ 5,6 bilhões de dólares em 2022, consolidando sua posição como o maior porto seco do Brasil naquele período. Como operadores logísticos com experiência consolidada no Mercosul, acompanhamos de perto os esforços da Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI) na articulação com diferentes intervenientes para buscar soluções que minimizassem os impactos das longas filas que se formaram.

A experiência acumulada em mais de duas décadas de atuação nos permite afirmar que o problema vai além da simples falta de infraestrutura. Nossa tecnologia de rastreamento em tempo real tem registrado que um veículo pode permanecer até 72 horas em fila de espera, mesmo quando transporta cargas parametrizadas em canal verde – aquelas que, teoricamente, não necessitariam de inspeção física detalhada.

Esse cenário nos convida a uma reflexão mais profunda sobre as reais causas dessas filas e como a responsabilidade por sua resolução está distribuída entre os diversos atores da cadeia logística internacional.

Mapa destaca área de fronteira. © Transmaas

Responsabilidade compartilhada: O papel de cada elo na cadeia logística em áreas de fronteira

Um aspecto essencial para compreender a dinâmica das filas nos portos secos é reconhecer que a responsabilidade por sua redução não recai exclusivamente sobre órgãos públicos ou concessionárias. Nossa experiência no transporte rodoviário internacional nos mostra que a própria dinâmica da atividade logística envolve desafios operacionais complexos que demandam o comprometimento de todos os envolvidos.

Conforme dados da Receita Federal analisados pela ABTI, grande parte das cargas retidas enfrenta atrasos em procedimentos como registro do LPCO, apresentação de documentos fiscais e cumprimento de exigências relacionadas ao ICMS. Essas pendências administrativas poderiam ser resolvidas com maior celeridade se houvesse melhor organização e comunicação entre os diferentes operadores logísticos.

Nosso compromisso com a excelência nos permite navegar entre o pensamento rigoroso e estruturado, necessário para o cumprimento preciso de protocolos aduaneiros, e a fluidez adaptativa que o comércio internacional contemporâneo exige. É justamente neste equilíbrio entre processos bem definidos e capacidade de inovação que encontramos as soluções mais eficazes para os desafios em áreas de fronteira.

Estudos internos da Transmaas indicam que a otimização dos processos administrativos poderia reduzir em até 22% o tempo de trânsito nas fronteiras, o que representaria ganhos significativos para toda a cadeia. Esta análise demonstra que, muitas vezes, o problema não está na infraestrutura física, mas na articulação entre procedimentos técnicos e a capacidade criativa de gerar soluções integradas.

Eficiência Documental: O Impacto da burocracia nas operações em fronteira

No contexto das importações, mesmo cargas parametrizadas em canal verde – que teoricamente não exigem inspeção física – podem permanecer longos períodos nos recintos alfandegários. Nossa experiência no setor nos permite identificar que, frequentemente, essas retenções ocorrem por pendências administrativas que poderiam ser resolvidas com maior agilidade.

Tecnologia a serviço da eficiência tem sido nosso mantra desde o início das operações. Através de nosso sistema de rastreamento em tempo real, conseguimos identificar que as retenções por problemas documentais foram reduzidas em 83% entre nossos clientes que adotaram nosso protocolo de preparação documental antecipada. Este dado comprova que a adoção de processos mais eficientes e a digitalização da documentação podem ser fatores decisivos para minimizar o tempo de permanência nos portos secos.

A verdadeira solução para o problema das filas não está apenas na ampliação da infraestrutura física ou no aumento do contingente de funcionários públicos, mas sim na melhoria dos processos e na capacidade de resposta dos operadores privados.

Integração estratégica: Por uma cadeia logística em áreas de fronteira mais fluida

Diante dos desafios apresentados, algumas propostas têm surgido, como a implementação de garantias aduaneiras para acelerar trâmites nas fronteiras. No entanto, nossa experiência consolidada no Mercosul nos permite afirmar que essas soluções não abordam a raiz do problema: o cumprimento efetivo das obrigações de cada operador dentro do ciclo logístico em fronteira.

A resposta passa necessariamente por maior comprometimento, transparência e diálogo entre importadores, despachantes e transportadores. Em nossa jornada desde 2003, temos observado que as operações mais fluidas são aquelas em que todos os elos da cadeia compreendem seu papel e atuam de forma integrada.

Soluções personalizadas para cada cliente têm sido um diferencial da Transmaas nesse cenário desafiador. Desenvolvemos protocolos específicos que garantem o preparo antecipado da documentação e a comunicação eficiente entre os diferentes atores, resultando em uma redução média de 22% no tempo de trânsito e um aumento de 17% na previsibilidade de entrega.

Comprometimento Ético: Fundamento para relações comerciais sustentáveis

Um aspecto que merece destaque nessa discussão é a importância da atuação ética. Comportamentos como furar filas ou guardar lugar para outros veículos comprometem o coletivo e vão na contramão dos princípios que devem nortear o setor de transporte internacional.

Na Transmaas, a ética é um valor inegociável desde nossa fundação. Acreditamos que o respeito às regras e aos demais operadores é fundamental para a construção de um ambiente de negócios saudável e produtivo. Não por acaso, 94% de nossas entregas foram realizadas dentro do prazo estimado no último trimestre, um resultado que reflete nosso compromisso com a excelência e a responsabilidade.

Nossa abordagem equilibra o pensamento sistemático, que valoriza procedimentos consistentes e previsíveis, com a sensibilidade para reconhecer as particularidades de cada operação em fronteira. É nessa dualidade entre estrutura e adaptabilidade que construímos relações comerciais verdadeiramente sustentáveis, baseadas tanto na solidez técnica quanto na capacidade de responder criativamente aos desafios emergentes.

Nossa experiência no transporte rodoviário internacional nos permite afirmar que cabe aos transportadores solicitar a cooperação ativa dos despachantes e importadores, reforçando boas práticas e defendendo a importância de manter o caminhão em movimento, uma responsabilidade compartilhada por toda a cadeia logística.

Caminhos para o futuro: Soluções colaborativas para desafios compartilhados

O enfrentamento dos desafios relacionados às filas nos portos secos demanda uma abordagem simultaneamente estruturada e flexível. Como empresa com mais de duas décadas de experiência nas operações em fronteira, enxergamos que o futuro do setor transita entre a análise detalhada dos processos atuais e uma visão holística das possibilidades de integração.

Nossa jornada de aprendizado contínuo nos ensinou que as melhores soluções não surgem de pensamentos lineares isolados, mas da interação dinâmica entre perspectivas técnicas e inovadoras. Enquanto a análise rigorosa dos gargalos nos permite identificar pontos específicos de melhoria, é o pensamento associativo e fluido que nos abre caminhos para soluções verdadeiramente transformadoras.

A Transmaas tem investido constantemente na qualificação de sua equipe e no desenvolvimento de ferramentas tecnológicas que facilitem a integração adaptativa com despachantes, importadores e órgãos anuentes. Este equilíbrio entre processos consolidados e experimentação criativa tem sido fundamental para nossa capacidade de resposta aos desafios do transporte em fronteira.

Acreditamos que, somente com engajamento coletivo e comunicação eficiente entre todos os elos da cadeia logística, será possível transcender os entraves operacionais que hoje desafiam o setor de transporte internacional no Mercosul. Nossa experiência nos permite afirmar que este é o caminho para um futuro mais eficiente e competitivo para todos os envolvidos.

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